"Raios de Luz"


quinta-feira, 31 de maio de 2012

«Eis o Coração que tanto amou os homens»


“Eis o Coração que tanto amou os homens, que a nada se poupou até se esgotar e consumir, para lhes testemunhar o seu amor. Mas em troca, não recebo senão o esquecimento, frieza e ingratidão. O mais doloroso é que os que assim me tratam são corações dos que me são consagrados, aqueles que se dizem meus amigos”.
(Jesus Cristo, mostrando o Seu Coração à vidente Santa Margarida Maria Alacoque, em 1675)

Guião com Novena e Meditações para o Terço ao Sagrado Coração de Jesus

O mês de Junho é tradicionalmente dedicado ao Sagrado Coração de Jesus. Esta devoção tem a sua origem na própria Sagrada Escritura. De um modo visível, aparece em dois acontecimentos fortes dos Evangelhos: o gesto de São João, o discípulo amado, encostando a sua cabeça em Jesus durante a Última Ceia (cf. Jo 13,23); e na Cruz, onde o soldado abriu o lado de Jesus com uma lança (cf. Jo 19,34). Se no primeiro Jesus tem consolo na véspera da Sua morte, no segundo, apresenta-se-nos o sofrimento causado pelos pecados da humanidade.

Quando Nosso Senhor pediu a devoção ao Seu Sagrado Coração a Santa Margarida, ensinando a prática das Nove Primeiras Sextas-feiras - em que honramos o Coração de Jesus, na primeira sexta-feira de cada mês, durante nove meses - como acto de reparação, mostrou-Se muito triste com as ofensas que são cometidas contra o Seu Santíssimo Coração, em especial com as irreverências que se cometem contra o Santíssimo Sacramento.

Uma das ofensas que os homens fazem ao Divino Coração é o esquecimento. Jesus fica muitas vezes esquecido, no meio de tantas tarefas que temos de cumprir… Quantas vezes já passámos por alguma igreja sem nos lembrarmos de fazer uma visita de cinco minutos a Jesus, vivo e realmente presente no Sacrário? Por outro lado, esquecemos muito facilmente o sentido último da nossa vida. Andamos de um lado para outro, atarefados com mil e uma coisas do mundo, preocupadíssimos com tantas coisas e esquecemo-nos do essencial: de que fomos criados por Deus e para Deus. É a Ele que devemos dar o primeiro lugar.

Jesus fala também da frieza com que tratamos as coisas de Deus. Quando, por exemplo, vamos à Missa só para “marcar presença” ou quando rezamos o Terço maquinalmente sem pensar no que estamos a dizer, estamos a dirigir-nos a Jesus – que certamente nos ouve de igual forma – mas ofendemos o Santíssimo Coração que tanto nos amou, porque Lhe falamos “à pressa”, sem entusiasmo e como se fossemos nós a fazer-Lhe um grande favor! É mau sinal quando a religião e as práticas religiosas se tornam um peso e os Mandamentos de Deus e da Igreja são observados mais por temor do que por amor.

Outra “queixa “de Jesus é a ingratidão. Ele, que por amor permitiu que o Seu Coração fosse atravessado por uma lança, recebe em troca, muitas vezes, desprezo e ingratidão. Sempre que pecamos, cada vez que tentamos ser auto-suficientes e sempre que vivemos como se Deus não existisse ou como se não fosse preciso, estamos a ser ingratos para com este Coração Santo que sofreu até à exaustão e derramou todo o Seu sangue por nós. E Jesus quis que fizessem uma imagem do Seu coração aberto para que, vendo com nossos olhos, compreendêssemos melhor a chaga que abrimos neste Santíssimo Coração com as nossas ingratidões, desprezos e faltas de amor.

O coração, no sentido bíblico, significa o que de mais íntimo há na pessoa, a sua verdadeira natureza, o centro da existência. Assim, é ao próprio Cristo que honramos com a devoção ao Seu Santíssimo Coração.

Confiemo-nos a Jesus, manso e humilde de Coração, cujo jugo é suave e o fardo é leve. Neste Santíssimo Coração encontraremos alívio e repouso para nossas almas.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Virgem Maria, Auxílio dos Cristãos

 

“Todas as gerações me proclamarão Bem-Aventurada,
porque o Todo-Poderoso fez em mim grandes coisas!” (Lc 1, 48 – 49)

Aproximamo-nos do final do mês em que, durante trinta e um dias, fomos convidados a venerar de maneira especial a nossa Mãe do Céu. E o bonito mês de Maio termina, liturgicamente, com a Festa da Visitação, em que a Igreja lembra o auxílio que Maria prestou a Santa Isabel, Sua prima de idade avançada, que estava grávida.

Desde o primeiro intante da Sua existência, Nossa Senhora fez da Sua vida um autêntico e ininterrupto serviço a Deus e aos irmãos. Obedecendo sempre e em tudo à vontade de Deus, Maria Santíssima quis colaborar de forma especialíssima na obra da Redenção.

Assim, pode dizer-se da Virgem Maria que Ela é como um precioso diamante cravado na aliança entre Deus e os homens. É aurora que precede a Luz do mundo, o Salvador que Ela traz no Seu ventre Sagrado. Com o sim” de Maria, a humanidade ganhou uma poderosíssima auxiliadora, a Virgem concebida sem pecado, o Primeiro Sacrário de Jesus na terra.

Depois de Se entregar totalmente, no plano divino, à vontade de Deus para auxiliar o mundo a erguer-se do abismo, Ela não hesita - no plano humano – em  ir auxiliar a Sua parente, levando-Lhe Jesus Cristo, que Se desenvolvia no Seu seio.

Assim como a Virgem Santíssima auxiliou, na terra, os primeiros cristãos com as Suas orações, exemplos e palavras, Ela continua agora, no Céu, a ser o Auxílio dos Cristãos. Este título de Nossa Senhora foi introduzido na Ladainha pelo Papa São Pio V, em comemoração da vitória alcançada contra os muçulmanos na batalha de Lepanto, a 7 de Outubro de 1571.

Como sabemos, a Igreja aqui na terra é também chamada de Igreja militante, pois os cristãos lutam continuamente pela defesa e pela propagação da Fé e contra os três inimigos da alma: o mundo, o Demónio e a carne. Nossa Senhora continua assim a exercer o Seu papel de auxiliadora neste combate, principalmente nos grandes momentos da história, em que tudo parece perdido.

Recorrer a Maria como “Auxílio dos Cristãos” é reconhecer nesta boa Mãe o poder que Ela tem junto de Deus. É confiar totalmente no auxílio que, no meio das tempestades e batalhas deste mundo, só do Céu nos pode vir.

De uma maneira especial, devemos recorrer à intercessão da Santissima Virgem, não só a favor de pessoas ou países, mas também para o bem de toda a Igreja Católica e do Santo Padre. A Mãe de Deus tem particular poder nos momentos mais trágicos da humanidade e nos períodos mais difíceis para a Igreja, ou não fosse Ela a Mãe do Corpo Místico de Cristo, Mãe da Santa Igreja.

São João Bosco, padre Salesiano (1815-1888), foi um grande impulsionador da devoção a Nossa Senhora como Auxílio dos Cristãos, chegando a construir-Lhe um Santuário. As suas palavras proferidas no século XIX são quase proféticas e podiam perfeitamente ser aplicadas aos dias de hoje, em que a necessidade de recorrer à Santissima Virgem é, a cada dia que passa, mais urgente:

"Recomendai-vos constantemente a Jesus Sacramentado e Nossa Senhora Auxiliadora. Maria quer que a veneremos sob o título de 'Maria, Auxiliadora dos Cristãos’. Os tempos são tristes e temos necessidade de que a Virgem Santa nos ajude a defender a fé cristã”.


Coloquemo-nos nas mãos de Nossa Senhora. Confiemos na Sua intercessão  pelo Santo Padre e peçamos-Lhe o auxílio divino que só Ela nos pode alcançar, nestes tempos dificieis para o mundo e em especial para a Igreja.

domingo, 27 de maio de 2012

Banco Alimentar, sabe bem alimentar esta ideia

A JMV Sobreiro voltou a participar em mais uma campanha de recolha de alimentos para o Banco Alimentar contra a Fome, ontem, dia 26 de Maio. Desde há uns anos a esta parte, o grupo, juntamente com a catequese tem estado responsável pela recolha no hipermercado Continente Modelo de Mafra.

De manhã até ao fecho da loja, foram muitas as pessoas que contribuíram para esta causa tão nobre que é ajudar os mais necessitados.

Num momento em que só se houve falar de crise e que as necessidades batem à porta de muitas famílias de Portugal, surge mais uma campanha para fazer face aos milhares de famílias que mensalmente são ajudadas pelo Banco Alimentar.

Segundo declarações à agência lusa, por parte da Dra. Isabel Jonet, presidente do Banco Alimentar, às 18:00 horas de ontem já tinham sido recolhidas 600 toneladas de alimentos, o que significa um aumento de 18 % no primeiro dia da campanha nacional de recolha.

De norte a sul do país, há centenas de voluntários a trabalhar por esta causa. Desde a recolha nos hipermecados, passando pelo transporte para as sedes do Banco Alimentar até à separação e armazenamento, todos podem ajudar nesta causa que é da responsabilidade de todos.

Sendo a JMV Sobreiro um grupo que tem como Padroeiro S. Vicente de Paulo, nunca é de mais lembrar que este Santo dedicou a sua vida ao serviço dos mais pobres e que deixou alguns pensamentos que nos impelem a arregaçar as mangas e a fazer-mo-nos ao trabalho. "Os pobres abrem-nos as portas para a eternidade". De facto, o próprio Senhor Jesus dizia que "sempre que fizerdes o bem a um dos Meus irmãos mais pequeninos é a Mim que o fazeis".

Procuremos sempre seguir os ensinamentos de Jesus e o exemplo de vida e dedicação aos mais necessitados de S. Vicente de Paulo, de forma a sermos cristãos firmes na fé e nas obras.


sábado, 26 de maio de 2012

Mandai Senhor o Vosso Espírito


Neste Domingo, a Igreja celebra a Solenidade do Pentecostes, encerrando-se assim o Tempo Pascal. Ao celebrar o Domingo de Pentecostes, cinquenta dias depois da Páscoa de Nosso Senhor Jesus Cristo, lembramos a descida do Espírito Santo sobre Nossa Senhora e os Apóstolos reunidos no Cenáculo e, por tradição, o nascimento da Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica.

O que aconteceu naquele dia de Pentecostes foi o milagre da unidade: de repente, pessoas de vários povos e línguas, começam a entender-se embora falassem línguas diferentes e fosse de partes tão distantes como Mesopotâmia, Frígia, Panfília, até mesmo colonos de Roma. Todos falam e entendem a linguagem de Deus.

É pelo facto de todos entenderam a mesma mensagem, cada um na sua própria língua, que a Igreja se diz “católica”, isto é, universal, acessível a todos que queiram abraçar esta mesma mensagem de salvação transmitida por Jesus aos Seus Apóstolos e, por eles, a toda a terra. Por guardar e transmitir fielmente os ensinamentos dos Apóstolos, a Igreja diz-se também “apostólica”.

Naquele dia, o Espírito Santo desceu como línguas de fogo sobre a primeira comunidade cristã, e impeliu-a a anunciar a Boa-Nova a todo o mundo, concedendo-lhe as graças e os dons necessários para esta missão evangelizadora.

Se hoje pertencemos a esta Igreja e reconhecemos a sua Fé e Doutrina como a Verdade revelada por Jesus Cristo, é porque, desde o tempo dos Apóstolos, nunca faltaram homens e mulheres que continuaram a obra começada por eles. Depois de tantos séculos com tão grandes dificuldades, calúnias, perseguições e martírios, como é que a mensagem de Nosso Senhor chegaria até aos confins da terra, se a Igreja não continuasse a ser assistida continuamente pelo Espírito Santo?

Todos os anos, neste dia, somos convidados a recordar que, tal como Maria Santíssima e os Apóstolos, também nós recebemos um dia o Espírito Santo no dia do nosso Baptismo e, de um modo especial, no Sacramento da Confirmação ou Crisma. E, tal como a eles, o mesmo Espírito dá-nos força para transmitir e testemunhar ao mundo inteiro, por palavras e por obras, a Fé e os ensinamentos que recebemos da Igreja.

É esse o testemunho que temos dado? Temos deixado que o Espírito Santo actue em nós? Ou, pelo contrário, temo-nos protegido deste “vento forte” e tentado apagar este “fogo” de amor que vem de Deus?

Para deixarmos que o Espírito Santo actue em nós e nos favoreça com a plenitude dos seus dons, é preciso ter consciência da presença contínua deste Espírito, que nos aconselha, vivifica e impele a dar um firme testemunho de Fé na Igreja de Nosso Senhor, nascida no Cenáculo sob a protecção da Santíssima Virgem Maria, Ela que é o modelo de Fé por excelência.


sexta-feira, 18 de maio de 2012

"Ide e ensinai todos os povos"

A Ascensão de Jesus é a hora em que Jesus parte deste mundo para o Pai, levando a humanidade Consigo. É pelo mistério da Ascensão que o Homem, ser finito, pecador e frágil é apresentado por Cristo a Deus Pai como digno de se tornar participante da glória celeste. 

Mas a subida de Jesus ao Céu, marca também a hora de nós partirmos “a pregar a Boa Nova a toda a criatura” (Mc.16,20). São os últimos pedidos terrenos que Jesus nos faz: Ide e ensinai, baptizai todas as nações em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e pregai o Evangelho”. Nasce assim, neste dia, a Igreja Missionária, cuja missão de ensinar e baptizar os povos em nome da Santíssima Trindade é-lhe confiada directamente por Nosso Senhor.

“Quem acreditar e for baptizado será salvo; mas quem não acreditar será condenado.” Jesus, único Salvador, não formou uma simples comunidade de discípulos, mas constituiu a Igreja como um mistério de salvação. Jesus Cristo e a Igreja não podem confundir-se nem mesmo separar-se.

Tal como existe um só Cristo, existe também uma única Verdade e uma única Fé em que se deva acreditar, professar e anunciar. Esta Verdade e esta Fé verdadeira “subsiste na Igreja Santa, Católica e Apostólica, governada pelo Sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhão com ele”. (Declaração“Dominus Jesus”, do Cardeal  Joseph Ratzinger, hoje Papa Bento XVI).

O Concílio Vaticano II também afirma esta necessidade de acreditar em Jesus Cristo e na Sua Igreja para sermos salvos:  “Não podem salvar-se aqueles que, sabendo que a Igreja Católica foi fundada por Deus, através de Jesus Cristo como instituição necessária, apesar disto não quiserem nela entrar ou nela permanecer”. (Constituição dogmática “Lunem Gentium” (14a))

“O Senhor Jesus foi elevado ao Céu e sentou-Se à direita de Deus “. Junto ao Pai, Jesus continua a interceder pela humanidade, guiando-a, através da Sua Igreja, para o lugar onde Ele já se encontra. Voltando para junto do Pai, após ter completado a Sua missão na Terra, Jesus prepara um lugar para os que O quiserem seguir.

E nós? Sabemos que temos um lugar preparado no Céu, onde esperamos ser recebidos quando Nosso Senhor nos chamar. Mas estaremos nós preparados para ocupar esse lugar que com tanto amor Ele nos preparou desde sempre?

Estaremos certamente preparados, se correspondermos a este apelo de Jesus, feito antes de partir para o Céu, de nos fazermos portadores da Sua mensagem, dando-O a conhecer ao mundo inteiro e testemunhando a nossa Fé sempre e em tudo.

Esforcemo-nos por não deixar que os pedidos de Nosso Senhor sejam esquecidos e descurados! Anunciemos “a toda a criatura” a mensagem de salvação que Jesus nos deixou e que a Santa Igreja nos transmite pela sua Doutrina! Tornemos o Nome de Jesus Cristo no nome mais amado na Terra e seremos eternamente amados por Ele, um dia, no Céu onde nos espera!



Nossa Senhora, modelo de oração


Jamais existiu neste mundo quem, com tanta perfeição como a Santíssima Virgem, executasse o grande preceito do nosso Salvador: "Importa orar sempre e não cessar de o fazer". Assim, ninguém melhor que Maria nos pode servir de exemplo e ensinar a necessidade de perseverar na oração.

A Oração da Bem-Aventurada Virgem foi sempre contínua e perseverante. Desde o primeiro momento em que começou a receber o uso perfeito da razão, começou também a fazer oração. 

Segundo a Tradição, Maria, para perseverar na oração, depois de Nosso Senhor ser elevado ao Céu, visitava muitas vezes os lugares santos da Palestina: a Gruta de Belém, a casa de Nazaré, o Jardim do Getsémani, o Calvário e o Sepulcro. A Virgem Santíssima fez, assim, da Sua vida uma oração contínua. Felizes de nós se A soubermos imitar!

Se Maria, toda Santa e Imaculada, foi tão assídua e perseverante na oração para se conservar e crescer na Graça Divina, com muito mais razão devemos nós amar e praticar esta virtude, nós que somos tão fracos, tão inclinados para o mal e que temos inimigos tão poderosos para combater e vencer. Tratemos, pois, de imitar o espírito de oração desta nossa boa Mãe, para que nunca percamos de vista a eternidade, vivendo sempre desapegados dos bens terrestres.

Tomemos por nosso mestre Aquele que é a Verdade essencial e guiemos as nossas acções pela luz divina. Tenhamos sempre Deus presente nas nossas decisões e acções, conformando-nos a Sua vontade. Numa palavra, façamos consistir a nossa existência e a nossa paz na união com Deus e seja Deus o repouso e o tesouro da nossa alma.

Ó grande Mãe de Deus, propomo-nos a imitar sempre os Vossos santos exemplos e especialmente o Vosso espírito de oração. Vós, porém, que conheceis a nossa fraqueza e instabilidade no bem, ajudai-nos com a Vossa intercessão. Fazei-nos assíduos em nos recomendarmos sempre a Vós e ao Vosso Filho nas nossas necessidades, sobretudo nos perigos de ofender a Deus. 


Senhora nossa, atendei-nos, pelo grande amor que tendes a Jesus Cristo.



Adaptado: Santo Afonso Maria Ligório

domingo, 13 de maio de 2012

A 13 de Maio, na Cova da Iria...

Era dia 13 de Maio de 1917. Depois da Missa dominical, os três pastorinhos (Lúcia, Francisco e Jacinta) resolveram levar as ovelhas a uma terra dos pais de Lúcia, chamada a Cova da Iria.

Enquanto estavam a brincar, viram um relâmpago e, pensando que viria tempestade, prepararam-se para  regressar a casa.

Quando já iam a meio caminho, viram um novo relâmpago e, mais à frente, uma Senhora  apareceu sobre uma azinheira.

Lúcia disse que a Senhora estava "vestida toda de branco, mais brilhante que o sol, espargindo luz, mais clara e intensa que um copo de  cristal, cheio de água cristalina, atravessado pelos raios do sol mais ardente."


Nossa Senhora disse-lhes:

- ‘Não tenhais medo. Eu não vos faço mal.’ 
- ‘De onde é Vossemecê?’ - perguntou Lúcia.
- ‘Sou do Céu.’
- ‘E que é que Vossemecê me quer?’
- ‘Vim para vos pedir que venhais aqui seis meses seguidos, no dia 13, a esta mesma hora. Depois vos direi quem sou e o que quero.

- ‘E eu também vou para o Céu?’
- ‘Sim, vais.’
‘- E a Jacinta?’
- ‘Também.’
‘- E o Francisco?’
- ‘Também, mas tem que rezar muitos Terços.

‘Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que nEle quiser enviar-vos, em acto de reparação pelos pecados com que Ele é  ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores?’

- ‘Sim, queremos!’

- ‘Ides, pois, ter muito que sofrer, mas a graça de Deus será o vosso conforto.’

Em seguida, começou a elevar-se serenamente, subindo em direcção ao  nascente, até desaparecer na imensidade da distância.




Palavras do Santo Padre sobre Fátima


“Quis Deus que o Céu se abrisse precisamente sobre Portugal – como uma janela de esperança que Deus abre quando o homem Lhe fecha a porta – para reatar, no seio da família humana, os laços da solidariedade assente no mútuo reconhecimento de um só e mesmo Pai. Trata-se de um amoroso desígnio de Deus; não dependeu do Papa nem de qualquer outra autoridade eclesial:  «Não foi a Igreja que impôs Fátima – diria o Cardeal Manuel Cerejeira, de veneranda memória –, mas Fátima que se impôs à Igreja».

Iludir-se-ia quem pensasse que a missão profética de Fátima está concluída. Na Sagrada Escritura, é frequente aparecer Deus à procura de justos para salvar a cidade humana e o mesmo faz aqui, em Fátima, quando Nossa Senhora pergunta: «Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-vos, em acto de reparação pelos pecados com que Ele mesmo é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores?» (Memórias da Irmã Lúcia, I, 162).

Veio do Céu a Virgem Maria para nos recordar verdades do Evangelho que são para a humanidade, fria de amor e desesperada de salvação, fonte de esperança. Com a família humana pronta a sacrificar os seus laços mais sagrados no altar de mesquinhos egoísmos de nação, raça, ideologia, grupo, indivíduo, veio do Céu a nossa bendita Mãe oferecendo-Se para semear o Amor de Deus no coração de quantos  a Ela recorrem. Naquele dia, eram só três pequeninos pastores, cujo exemplo de vida e de santidade irradiou e se multiplicou em grupos sem conta por toda a superfície da terra.”


sábado, 12 de maio de 2012

A Mensagem de Fátima para a Igreja e para o Mundo


"O conteúdo da mensagem de Nossa Senhora de Fátima está tão profundamente radicado no Evangelho e em toda a Tradição, que a Igreja se sente interpelada por esta mensagem."
(Papa João Paulo II, 13 de Maio de 1982)

A Mensagem de Fátima foi iniciada pelo Anjo da Paz em 1916 e completada por Nossa Senhora, em 1917.  A nossa Mãe Santíssima não pediu nada que fosse especialmente difícil. A Mensagem do Céu, trazida por Maria, é um convite à conversão, à oração (especialmente do Terço), à fidelidade à Fé Católica, à devoção à Santíssima Eucaristia e ao sentido de reparação pelos pecados cometidos contra Deus e contra o Imaculado Coração de Maria.

Podemos dizer que Fátima é um “grito angustiado” de Deus que, ao ver tanto mal e tantas almas a desviarem-se do bom caminho, ao assistir à violência da guerra com que o século XX começou e antevendo maiores perigos para a Fé e para a humanidade, envia a Sua Mãe Santíssima para que os homens se lembrem do Evangelho e se voltem novamente para Ele.

A frase proferida pelo Papa João Paulo II mostra que a Igreja reconhece que, de facto, a Mensagem de Fátima é um resumo do Evangelho e da Doutrina Católica, oferecida pelo Céu aos homens do nosso tempo que tentam afastar Deus da sociedade e relativizar (senão mesmo negar) o contributo da Igreja e da sua Doutrina para o bem das nações .

A Mensagem de Nossa Senhora de Fátima incide, principalmente, em três aspectos: na oração, conversão e reparação.

Ainda em 1916, o Anjo ensinou duas orações aos pastorinhos e repetidamente os convidava a oferecer orações e sacrifícios. Nossa Senhora pediu em todas as aparições que se reze pelo menos um Terço todos os dias, especialmente pela paz, pela salvação dos pecadores e pelo Santo Padre.
A outra parte principal da Mensagem de Fátima é, então, a conversão dos pecadores. Maria Santíssima pede que se reze e se façam sacrifícios para salvar as suas almas. Em Julho de 1917, após mostrar o Inferno aos pequeninos pastores, Nossa Senhora disse-lhes: "Vistes o Inferno, para onde vão as almas dos pobres pecadores. Rezai, rezai muito, que vão muitas almas para o Inferno, por não haver quem se sacrifique e peça por elas.”

Um outro aspecto principal da Mensagem é a necessidade de conversão. Nossa Senhora pediu a consagração da Rússia e a posterior conversão deste país, pois era lá que se iniciava, precisamente em Outubro de 1917, uma importante Revolução da qual surgiu uma forma mais organizada da ideologia comunista e do ateísmo. Pedindo a conversão da Rússia, Maria Santíssima quis que esses erros não se espalhassem mais pelo mundo, assim como deseja que essa nação volte a aceitar o Primado do Papa e, consequentemente, retorne à Fé Católica. Assim, o convite à conversão não é apenas um convite à mera mudança de comportamentos, mas sim a uma mudança radical conforme os ensinamentos de Cristo e da Sua Igreja.

Por fim, a Mensagem de Fátima fala de reparação. Na última aparição,  Nossa  Senhora pediu, com tristeza: "Não ofendam mais a Deus Nosso Senhor, que já está muito ofendido!"  Já em 1916, o Anjo ensinara aos Pastorinhos orações de reparação pelos pecados cometidos contra as três virtudes teologais e contra o Santíssimo Sacramento.
       
“Não ofendam mais a Deus, Nosso Senhor!” - pediu Maria Santíssima em Fátima. Tem o mundo feito caso destas palavras, proferidas quase há um século?

Com o passar dos anos, podemos verificar que muito do que a nossa Mãe pediu em Fátima não foi cumprido ou tem sido pura e simplesmente ignorado. O mundo continua em decadência de costumes, mantém-se em alerta com os rumores de guerras, com o aumento de violência e com as crises financeiras (reflexo da crise de valores) e a crise de Fé abala a sociedade.

A Virgem Maria preveniu que, se a Igreja e as pessoas em geral não respondessem aos pedidos feitos pelo Céu em Fátima, o mundo seria afectado por guerras, fomes, martírio de fiéis e perseguições à Igreja e ao Santo Padre. Isto porque a sociedade que rejeita Deus fica entregue a si própria, numa ilusória auto-suficiência, mas na verdade escrava dos seus caprichos, silenciando e ignorando as vozes que se opõem às suas ideias "modernizantes", como tantas vezes acontece na sociedade secularista, em que a Igreja vê os seus ensinamentos criticados e a sua Doutrina silenciada.

Não queiramos fazer parte desta sociedade “moderna”, que vive como se Deus não existisse. Nós, que veneramos e amamos a Mãe Santíssima, respondamos aos seus pedidos, pelo menos rezando o Terço todos os dias pelos pecadores, pela Igreja e pelo Santo Padre.

Não tenhamos medo de ficar ao lado da Igreja e de defender a sua Doutrina - que nos é relembrada pela Mensagem de Fátima - ainda que com isso sejamos perseguidos e caluniados, talvez até por outros que se dizem “cristãos”.

Nas provações e diante de notícias que nos levam tantas vezes a questionarmos a nossa Fé e a santidade da Igreja Católica, lembremo-nos das palavras que a Virgem Santíssima dirigiu aos Pastorinhos:



"Ides pois ter muito que sofrer, mas a graça de Deus será o vosso conforto. 
Por fim, o Meu Imaculado Coração triunfará!”

sexta-feira, 11 de maio de 2012

As aparições do Anjo aos Pastorinhos


Na Primavera de 1916, três pequeninos pastores - Lúcia e os seus primos Francisco e Jacinta - levaram a pastar as suas ovelhas para um monte chamado Loca do Cabeço. Lúcia tinha então apenas nove anos, Francisco oito e Jacinta seis anos.

Enquanto estavam a brincar, sentiram um vento forte e viram um jovem dos seus 14 a 15 anos, mais branco que a neve, que o sol tornava transparente e duma grande beleza.

Ao chegar junto deles, disse: ‘Não temais! Sou o Anjo da Paz. Orai comigo.’ E ajoelhando-se em terra, curvou a fronte até ao chão e fez-lhes repetir três vezes estas palavras: Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-Vos. Peço-vos perdão para os que não crêem, não adoram, não esperam e Vos não amam.’ Depois, erguendo-se, disse-lhes: ‘Orai assim. Os Corações de Jesus e Maria estão atentos à voz das vossas súplicas’.

A segunda aparição do Anjo deu-se no Verão de 1916. Quando as crianças estavam a brincar junto de um poço, o Anjo apareceu subitamente e disse-lhes:

"Que fazeis? Orai, orai muito! Os Corações Santíssimos de Jesus e Maria têm sobre vós desígnios de misericórdia. Oferecei constantemente ao Altíssimo orações e sacrifícios. De tudo o que puderdes, oferecei a Deus sacrifício em acto de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e súplica pela conversão dos pecadores. Atraí assim sobre a vossa Pátria a paz. Eu sou o Anjo da sua guarda, o Anjo de Portugal. Sobretudo, aceitai e suportai com submissão o sofrimento que o Senhor vos enviar."

O tema dominante desta segunda aparição do Anjo foi a importância de oferecer a Deus todas as acções e sacrifícios, por pequenos que fossem, e de fazer estas ofertas com intenções especiais, particularmente para a conversão dos pecadores.

No Outono do mesmo ano, as crianças levaram as ovelhas para o mesmo local onde se dera a primeira aparição, quando apareceu sobre eles uma luz desconhecida. Ergueram-se e viram o Anjo, tendo na mão esquerda um Cálice, sobre o qual estava suspensa uma Hóstia, da qual caíam algumas gotas de Sangue dentro do Cálice. Deixando o Cálice e a Hóstia suspensos no ar, o Anjo prostrou-se no chão ao pé dos pastorinhos e repetiu três vezes esta oração:

"Santíssima Trindade, Pai, Filho, Espírito Santo, ofereço-Vos o preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo, presente em todos os sacrários da terra, em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido. E pelos méritos infinitos do Seu Santíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria, peço-Vos a conversão dos pobres
pecadores."

Então, levantando-se, o Anjo tomou o Cálice e a Hóstia. Deu a Lúcia a Sagrada Hóstia na língua. Em seguida, ao dar o Precioso Sangue do Cálice a Francisco e Jacinta, disse:

"Tomai e bebei o Corpo e Sangue de Jesus Cristo, horrivelmente ultrajado pelos homens ingratos. Reparai os seus crimes e consolai o vosso Deus."


A oração que o Anjo repetiu demonstra que, através das nossas orações, unidas aos méritos infinitos do Sagrado Coração de Jesus e do Imaculado Coração de Maria, os pecadores podem converter-se. As nossas orações e sacrifícios, só por si, são muito pouco; mas ao unirem-se aos méritos do Sagrado e Imaculado Corações, tomam um valor infinito. Ficou também sublinhada a necessidade da reparação pelos pecados cometidos contra Deus, pelos quais Ele fica ferido e deseja ser consolado.

Além disso, a maneira como as crianças receberam a Sagrada Comunhão é especialmente instrutiva para o nosso tempo: receberam a Comunhão de joelhos, e a Hóstia Sagrada foi-lhes dada na boca.

A aparição do Anjo da Paz a três pastorinhos portugueses foi uma preparação para a graça ímpar que haveriam de receber: a aparição da Rainha do Céu, a Bem-aventurada Virgem Maria. As aparições do Anjo prepararam os Pastorinhos para ver a Mãe de Deus, através das graças transformadoras que o Anjo derramou sobre eles, assim como os seus ensinamentos sobre a oração e a penitência.

Mas as instruções do Anjo da Paz não se destinavam apenas aos pastorinhos. Aplicam-se a todos nós, e assim como prepararam as crianças para as aparições da Santíssima Virgem, podem também servir de preparação para nós recebermos a Mensagem que Nossa Senhora veio trazer ao mundo, ao aparecer em Fátima.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

"Um mês com Maria"

A Virgem Maria tem um lugar muito próprio na vida e na espiritualidade cristã. Não só por ser Mãe de Jesus (seria apenas uma "recordação histórica"), ou porque o "faça-se" que Ela pronunciou por palavras e com a vida diante de Deus permitiu que o Verbo assumisse carne humana ("em tudo igual a nós, excepto no pecado") mas, sobretudo, porque - mais que qualquer outro - Ela é o discípulo acabado, perfeito.

Ela mostra-nos que ser cristão não é uma utopia, ou sonho ou desejo, mas uma experiência bem concreta - existência feliz, ainda que no meio dos sofrimentos ou dificuldades que a vida quotidiana traz sempre consigo.

A Virgem Maria é a Mãe que cuida continuamente da Igreja e dos seus filhos, conforme a entrega que Jesus fez de cada um de nós na cruz. E é igualmente aquela a quem os filhos recorrem nas horas de aflição, ou mesmo de tranquilidade.

Apontando sempre para Jesus e para o Evangelho, a Virgem Maria, ao mesmo tempo que constitui o regaço seguro em que cada um pode encontrar repouso e segurança no seu caminhar, é simultaneamente força e coragem que nos impede de desistir perante as dificuldades do caminho, quaisquer que elas sejam.

É por isso que Nossa Senhora encontra sempre o Seu lugar em qualquer dos tempos litúrgicos, e é por isso que Ela Se encontra sempre presente na vida do cristão.

E, no entanto, o mês de Maio é-Lhe particularmente dedicado. No "mês de Maria", sempre a piedade popular - e com ela, e ensinados por ela, também pastores e teólogos - dedicou uma atenção simples, espontânea, sincera à Mãe do Céu. É o "mês da Mãe", que, por entre procissões de velas, cânticos e tradições, nada retirando à alegria pascal que proclama a Ressurreição de Jesus, nos ajuda antes a louvar o Senhor e a colocarmos o nosso coração mais próximo d'Ele.

Particularmente em Portugal, "terra de Santa Maria", a presença deste afecto pela Mãe é marcante. Que ele não seja apenas emoção de um dia ou mesmo lágrimas passageiras, mas que nos conduza à conversão de vida que, desde sempre, o amor de Mãe nos pede, nos exige.  


Fonte: D. Nuno Brás, in Voz da Verdade - Ano 80 - Nº 4029

quarta-feira, 9 de maio de 2012

De olhos postos em Maria


Se o vento das tentações se levanta, se o escolho das tribulações se interpõe no teu caminho, olha a Estrela, invoca Maria.

Se és balouçado pelas vagas do orgulho, da ambição, da maledicência, da inveja, olha a Estrela, 
invoca Maria.

Se a cólera, a avareza, os desejos impuros sacodem a frágil embarcação da tua alma,
levanta os olhos para Maria.

Se, perturbado pela lembrança da enormidade dos teus crimes, confuso à vista das torpezas da tua consciência, aterrorizado pelo medo do juízo, começas a deixar-te arrastar pelo turbilhão da tristeza, a despencar no abismo do desespero, pensa em Maria.

Nos perigos, nas angústias, nas dúvidas, pensa em Maria, invoca Maria.

Que o Seu nome nunca se afaste dos teus lábios, jamais abandone o teu coração;
 e para alcançar o socorro da intercessão d'Ela,
não negligencies os exemplos da Sua vida.

Seguindo-A, não te transviarás; rezando-Lhe, não desesperarás;
 pensando nela, evitarás todo o erro.

Se Ela te sustenta, não cairás; se Ela te protege, nada terás a temer;
 Se Ela te conduz, não te cansarás; se Ela te é favorável, alcançarás o fim.

S. Bernardo (séc. XII), Sermões

terça-feira, 8 de maio de 2012

Fátima Jovem 2012


No passado fim-de-semana realizou-se em Fátima a peregrinação nacional de jovens, como é habitual no primeiro domingo do mês de Maio. A JMV Sobreiro não quis deixar de participar neste encontro no qual os jovens foram convidados a encontrar em Nossa Senhora um exemplo de vida que faz jus ao tema do ano: "Alegrai-vos sempre no Senhor".

À chegada, no sábado fomos até Aljustrel para visitar a casa dos Pastorinhos. Em primeiro lugar estivemos na casa dos Beatos Francisco e Jacinta, tendo depois ido à casa da sua prima Lúcia, a última dos videntes de Fátima a partir para o Céu. Aqui, encontrámos uma senhora que é sobrinha da Irmã Lúcia, tendo-nos contado que ainda vivem algumas pessoas que testemunharam pessoalmente o Milagre do Sol.

Depois de uma pequena conversa com esta simpática senhora, fomos até ao poço do Arneiro, no quintal da casa da Lúcia, onde o Anjo da Guarda de Portugal apareceu pela segunda vez aos Pastorinhos, em 1916.

Seguidamente, caminhamos em direcção aos Valinhos, onde rezámos junto da Loca do Cabeço - lugar onde se deu a primeira e terceira aparição do Anjo. Neste local, os Pastorinhos aprenderam as duas orações de desagravo e reparação ao Santíssimo Sacramento, que hoje se rezam em todo o mundo  e receberam das mãos do Anjo a Sagrada Comunhão.

Pudemos também rezar no local da quarta aparição de Nossa Senhora, a 19 de Agosto de 1917, bem como na Capela do Calvário que faz parte da Via-Sacra que se inicia junto à rotunda dos Pastorinhos e que termina neste mesmo local.

Por volta das 17h00, juntamo-nos aos cerca de 3.000 jovens presentes neste Encontro e dirigimo-nos até à Capelinha das Aparições, onde saudámos Nossa Senhora com cânticos e orações.

Depois do jantar, participámos na recitação do Terço do Rosário na Capelinha e na Procissão das Velas. As meditações dos Mistérios estiveram a cargo da Juventude Mariana Vicentina de Portugal.

No Domingo, dirigimo-nos logo de manhã para o Santuário, onde rezámos o Terço e assistimos à Missa de encerramento do Encontro, à qual presidiu o Bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto.

Após a Procissão do Adeus, o Grupo despediu-se de Nossa Senhora e partiu rumo ao Sobreiro, onde se juntou aos elementos que não participaram no encontro, bem como ao resto da comunidade, para a recitação diária do Terço, já ao final da tarde.

Foi importante para o Grupo ter participado nesta peregrinação, pois o encontro com a Mãe do Céu dá-nos sempre a alegria e forças necessárias para enfrentarmos as provações que vamos encontrando na nossa vida, enquanto grupo, enquanto jovens e enquanto cristãos.

Nossa Senhora do Rosário 
de Fátima,
Salvai-nos e salvai Portugal!

A intercessão de Nossa Senhora

Maria é, muitas vezes, a última esperança dos pobres pecadores. O poder desta Mãe e Rainha é tão grade que o inimigo de Deus e das almas tem medo d’Ela. Maria Santíssima não é Rainha só do Céu e dos santos, mas também do Inferno e dos demónios, porque os venceu valorosamente com suas virtudes. Já desde o princípio do mundo tinha Deus sentenciado à serpente a vitória e o império que sobre ela obteria a nossa Mãe do Céu. "Estabelecerei inimizade entre ti e a mulher; ela te esmagará a cabeça." (Gn 3,16)

A intercessão da Santíssima Virgem é útil e santa, por isso a Ela suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas. Quando suplicamos à Virgem Mãe, não é que desconfiemos da Misericórdia divina, mas é, justamente, porque desconfiamos da nossa própria indignidade de ir directamente a Jesus.

Quem muito enaltece a Mãe, não precisa ter receio de obscurecer ou diminuir a glória do Filho, pois quanto mais se honra a Mãe, tanto mais se louva o Filho, como diz São Bernardo.

A Virgem Rainha obtém-nos todas as graças junto de Deus, por isso a Ela nos dirigimos, dizendo: "Eia, pois, Advogada nossa."  O nosso Redentor, quando vivia na terra, quis humilhar-se a ponto de ser submisso a Maria. "E era-lhes submisso" (Lc 2,51). Assim também no Céu, não nega as graças que Sua Mãe Lhe apresenta em nosso favor.

Daqui concluímos que as súplicas de Maria são extremamente eficazes para obterem tudo quanto Ela pede, ainda que não possa dar ordens a Seu Filho no Céu. Os Seus rogos são rogos de Mãe e o grande poder de Maria funda-se precisamente na Sua dignidade de Mãe de Deus.

Como advogada compassiva, Maria defende as causas mais desesperadas. Ela é a medianeira entre Deus e os homens e reconcilia os pecadores com Deus.
        
(cf. Glórias de Maria - S. Afonso de Ligório)

segunda-feira, 7 de maio de 2012

A Devoção a Maria Santíssima

  

“Todos os predestinados estão abrigados no seio de Maria, por isso o amor à Virgem Mãe é um sinal precioso de salvação.”
(Santo Agostinho)

A devoção a Nossa Senhora não é absolutamente um ornamento ou uma devoção a mais na prática do catolicismo, mas é absolutamente indispensável! Ao contrário, Jesus obscurece-se quando Maria está a sombra , ou seja, sem a devoção mariana, diminui inevitavelmente o amor a Jesus.

A Igreja ensina que a devoção a Maria é moralmente necessária ao cristão para se salvar, porque é elemento qualificador de piedade genuína da Igreja Católica. Não nos podemos assemelhar a Jesus se não amamos Maria Santíssima como Ele. “Este é o elemento fundamental da vida cristã” -  dizia o Papa Pio XII.

A Virgem Maria deve ocupar na nossa vida de cristãos o lugar que a mãe ocupa na família, ou seja, o lugar do centro vital, do amor, o lugar onde repousa o nosso coração nas alegrias, tristezas e aflições. Na verdade, que é de uma família sem mãe? O que seria da Igreja sem Maria?

Se temos a devoção a Maria Santíssima, devemos guardá-la e cultivá-la com grande amor. Se não a temos, peçamo-la com todas as forças como graça neste mês de Maio.

Esta devoção é uma graça que vale o Paraíso. Tinha razão o santo Padre Pio ao dizer que “a devoção a Maria vale mais que a teologia e a filosofia”, assim como tinha razão São Maximiliano ao dizer que”o amor a Maria faz-nos viver e morrer felizes.”

sábado, 5 de maio de 2012

Maria, nossa Mãe

Maria deve ser chamada e é verdadeiramente a nossa Mãe espiritual. Não é por acaso que os devotos de Maria A chamam de Mãe e parece que não sabem invocá-La com outro nome, nem se fartam de chamá-La Mãe.

Esta grande Mãe, pelo seu amor gerou-nos, primeiro quando consentiu em que o Verbo Eterno Se fizesse Seu filho, porque desde então Ela pediu a Deus a nossa salvação, e de tal maneira a procurou, que bem se pode dizer que desde então nos trouxe no Seu ventre como Mãe amorosíssima.

O outro tempo em que Maria nos deu à luz, foi quando também consentiu com toda a sua vontade, que o Seu Filho morresse por nós, para que tivéssemos vida, fazendo o doloroso sacrifício no Calvário. E isto quis exactamente dizer nosso Salvador, quando, antes de expirar, olhando para a Sua Mãe e para o discípulo predilecto, lhe disse:  «Mulher, eis aí teu filho». Como se lhe dissesse: "Eis aí o homem que em consequência da oferta que fazes da minha vida pela sua salvação, já nasce para a graça; eu Te declaro sua mãe."

Alegrai-vos todos os que sois filhos de Maria! E que temor tendes de vos perder, quando esta Mãe vos defende e protege? Eis que ela nos chama e nos convida para junto de Si!

As crianças têm sempre na boca o nome da mãe; em qualquer perigo que se vejam, logo se lhes ouve levantar a voz e dizer: Mãe, Mãe! É isto exactamente o que a Virgem deseja de nós. Ela quer salvar-nos, como já tem salvado tantos filhos Seus. Por isso quer que, como as crianças, que nunca nos afastemos do Seu lado e A invoquemos em todos os perigos.

Ó minha Mãe Santíssima, como é possível que, tendo mãe tão santa, seja eu tão perverso! Tendo uma Mãe tão abrasada no amor de Deus, tenha eu de amar as criaturas...e tendo uma Mãe tão rica de virtudes, seja eu tão pobre? Ó Mãe Santíssima, não mereço mais, é verdade, ser digno de me chamar Vosso filho. Basta-me ser admitido no número de Vossos servos. Mas não me proibais de Vos chamar também minha Mãe.

O Vosso nome de Mãe consola-me! Minha Mãe, minha Mãe Santíssima! Assim Vos chamo e Vos quero sempre chamar. Depois de Deus, deveis ser Vós a minha esperança, o meu refúgio e meu amor, enquanto estiver neste vale de lágrimas. É assim que espero morrer, entregando a minha alma entre as Vossas mãos benditas e dizendo-vos: Ó minha Mãe, ó Maria, minha Mãe, ajudai-me e tende compaixão de mim!

(Santo Afonso Maria de Ligório. Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano)

sexta-feira, 4 de maio de 2012

"Permanecei em Mim"



No Evangelho deste V Domingo do Tempo Pascal,  Jesus  compara-Se à videira e a nós aos seus ramos. Os ramos só dão fruto se estiverem unidos à videira, que lhes dá alimento e os sustenta, para que não sequem e fiquem estéreis.


A mensagem é clara: só unidos a Cristo é que daremos fruto. O ramo que se separa do tronco seca e morre sem produzir frutos. Como qualquer lenha inútil, o agricultor aquando da poda, corta os ramos secos e são lançados ao fogo. Mas os ramos que se mantêm unidos ao tronco recebem a seiva da vida que os torna fortes, vigorosos e férteis, produzindo fruto abundante.

“Permanecei em mim e eu permanecerei em vós”. Permanecermos ligados à videira – ou seja, permanecermos em Jesus Cristo -  significa, acima de tudo, não abandonar os compromissos assumidos no Baptismo. Significa viver a nossa vida de cristãos firme e fielmente, segundo a vontade de Deus. Jesus assegura-nos que permanecerá em nós, se nos confiarmos totalmente a Ele.

“Sem Mim, nada podeis fazer.” Quando os ramos tentam viver independentes da videira, perdem a força e a vitalidade, acabando por secar. Sem esta vida que a videira lhes dá, os ramos facilmente caem. Sem a força e a vida que só Cristo nos pode dar, tambem nós facilmente caímos no pecado e no erro, tornando-nos estéreis nas nossas palavras e acções, por muito boas que aparentem ser, pois tudo fazemos guiando-nos apenas por nós próprios.
              
Jesus insiste sobre a importância de permanecermos n’Ele, fazendo-nos antever as consequências fatais para quem d’Ele se separar. O ramo tentando viver por si só, separado da videira, seca e, não sevindo para mais nada, será lançado ao fogo.

Assim, quando nos fechamos em esquemas de auto-suficiência e comodismo, quando orgulhosamente pensamos ser donos e senhores de nós próprios, estamos a recusar esta união que o Senhor quer manter connosco e a cortar a nossa relação com a Vida plena que é Jesus.

Para que não nos tornemos ramos secos e nos arrisquemos, no último dia, a ser lenha inútil lançada ao fogo, é preciso renovarmos em cada dia o nosso propósito de vivermos segundo as Leis de Deus e da Igreja. Só assim, unidos a Jesus Cristo, daremos bons frutos para a colheita da Vida Eterna.

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